Animalia Paradoxa (2025)

Na influente obra de 1735, Systema Naturæ, Carl Linnaeus desenvolveu um sistema de classificação da “natureza” que dividiu em três reinos: animal, vegetal e mineral. Porém, somente nas primeiras cinco edições deste livro o biólogo sueco incluiu um grupo impreciso, formado por seres imaginários, que designou de Animalia Paradoxa (Linnæi 1740 [1735]: 65-66). Este ensaio trata de um conjunto de seres, igualmente imaginários e contraditórios, criados em barro pelos artesãos da região de Barcelos, e procura experimentar metodologias de correspondência entre o processo de criação de etnografia com o destas criaturas. Começo por observar o aspeto sensorial e háptico da prática de figuração em barro, interrogando que outros métodos, além do etnográfico, possibilitam apreender o trabalho dos barristas e das entidades que estes inventam com o barro. Concluo que a prática artística, e especificamente o desenho, pode promover uma aproximação ao gesto da modelação fantasiosa do barro, praticada pelos artesãos.

Artigo publicado no Fórum Agora, 
da revista Etnográfica.
Referência: Ribeiro, Sónia Mota. 2025. «Animalia Paradoxa», Fórum Agora, Etnográfica.

Desenhos e fotografias 
© Sónia Mota Ribeiro

Ver artigo na íntegra aqui.


Centopeia, de Mina Gallos (2024).


Mesa de trabalho da autora com obras de Mina Gallos (2024), 
António Ramalho (2024), e esboços das peças.


Domingos Francisco no seu atelier em Várzea, Barcelos (2024).


Insetos (borboleta, reza [louva-a-deus], formiga, bicha-cadela, abelha e tira-olhos [libelinha]), de Domingos Francisco (2024).


Sarronco, de António Ramalho (2024) sobre esboços da obra.


Esboço da obra Sarronco, de António Ramalho (2024).


Esboços das obras Cabra, Gigantona e Cavalo, de Rosa Ramalho (1960-1970).


Desenho da obra Animal, de Rosa Ramalho (1960).


Mesa de trabalho com esboços e obras de Domingos Francisco (2024), Mina Gallos (2024) e António Ramalho (2024).


Desenho da obra Porco-Cavalo, de Rosa Ramalho (1960-1970).


Desenhos das obras: Porco com diabo, de Júlia Côta (2023); Bicho-homem, autor desconhecido (c. 1899); Animal, de José Maria Rodrigues (s. d.); e Cabra, de Rosa Ramalho (1960-1970).