Muito em pouco (2018)

Este trabalho explora a capacidade da fotografia em conectar as dimensões interiores e exteriores. Amplio esta reflexão através da metáfora da contenção, utilizando as ideias do minúsculo e do gigante. O gigante como paisagem (recipiente) e o minúsculo como objeto (contido). A natureza captada numa fotografia é sempre um ato de ironia — a visão de um dos lados suprime qualquer outra visão e a distância entre o objeto e o seu contexto de origem é irrecuperável. Utilizando o mínimo e o número completo de elementos necessários para construir uma coleção composta por objetos fotográficos, procuro criar um mundo autónomo da natureza idealizada, uma colagem feita de presentes e um passado construído a partir de um conjunto de peças existentes. As imagens apresentadas captam uma paisagem através do próprio objeto dessa paisagem. Trata-se de um jogo com o corpo como principal modo de percepção da escala. Quando confrontados com o gigantesco, procuramos vestígios do humano. Ao segurar um objeto minúsculo, o nosso corpo torna-se a paisagem.

Imagem do Encontro Patrimónios (In)Comuns. Perspetivas e legados não antropocêntricos para futuros mais-do-que-humanos, Colégio das Artes, Universidade de Coimbra (2025).

Fotografia e colagem
© Sónia Mota Ribeiro

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