Este trabalho explora a materialidade fotográfica como característica fundamental para ver e compreender a fotografia. Simultaneamente presença e ausência, a fotografia fala de vida e de morte. Tiram-se fotografias com o desejo de controlar a passagem do tempo e negar a inevitabilidade da morte, mas a própria fotografia comprova o tempo passado e muitas vezes sobrevive ao sujeito representado. Este objeto tem a capacidade de estar presente nos símbolos que indicam a sua ausência, característica que partilha com o fetiche. Associado à sua materialidade e tangibilidade, este paradoxo capacita a fotografia a tornar-se ela própria um objeto fetiche — objeto de ligação entre realidade e fantasia, tangível e intangível.
O trabalho divide-se em dois momentos: Uma investigação teórica onde se estuda a fotografia como objeto que se assume constituído por matéria e imagem, um objeto capaz de interações sociais, entre elas de ser objeto mágico e fetiche. A criação de um conjunto das imagens que formam as Topografias sensíveis que consiste numa série de construções fotográficas feitas a partir dos objetos que dão origem a este trabalho.
Trabalho produzido durante a pesquisa para a dissertação de mestrado em arte, apresentado na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.
Referência: Ribeiro, Sónia Mota. 2012. Objectos Mágicos. Da fotografia enquanto objecto. Lisboa: FBAUL.
Instalação e fotografia
© Sónia Mota Ribeiro
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